Hoje pela manhã, enquanto me arrumava para ir à
academia, ouvi uma reportagem na tv sobre o aumento dos gastos com "beleza", em
que mulheres, orgulhosas, diziam que "deixavam", em salões de beleza, uma média
de R$ 890,00 por mês. Isso sem contar os cosméticos (cremes para rosto, corpo,
shampoos, condicionadores), a academia e os tratamentos estéticos.
Muitos dizem que "não existe mulher feia,
existe, sim, mulher pobre"... Eu, então, me questiono: "não será, no entanto,
"pobreza de espírito", gastar mensalmente quase um salário mínimo e meio, com
unhas e cabelos?"
Sei que minha indagação soa um pouco invasiva,
mas a intenção destas linhas é justamente fazer com que todos reflitam acerca da
busca, a qualquer preço, da beleza. Afinal, como um amigo postou, outro dia, no
face, charme é mais que beleza. Afinal, essa é efêmera, mas o charme... Ah! O
charme a gente carrega para sempre. Vem da nossa atitude, incorpora-se ao nosso
espírito.
Evidentemente, não pretendo convencer ninguém
a deixar de frequentar cabeleireiros, cirurgiões plásticos, academia. Afinal,
tenho a consciência de que recebemos nosso corpo de presente e que, portanto,
é nosso dever bem cuidar dele. O que me assusta, entretanto, são os exageros:
aquelas pessoas que "vivem", única e exclusivamente, para a cultuar seus
corpos.
Fico pensando o que leva as mulheres a gastarem
grande parte de seus rendimentos (e do seu tempo) em cabeleireiros, clínicas de
estética, produtos e tratamentos de beleza... A mocinha da entrevista tenta me
explicar: "depois de uma tarde no salão, saio me sentindo 'linda', 'poderosa'."
Em outras palavras: vaidade feminina... As mulheres se produzem todas
porque querem ser desejadas pelos homens e invejadas pelas outras mulheres...
Mas será que vale à pena despertar sentimentos como "desejo" e
"inveja"? Façamos algums reflexões...
A primeira delas: será que os homens reparam
tanto assim em cabelos, unhas, marquinhas de expressão e quilinhos a mais e a
menos? A segunda: será que vale à pena chamar a atenção só pela "estampa": para
ser usada e, em seguida, descartada por outra beldade qualquer? Ou você ainda
acha que é a única mulher bonita nesta produção de bonequinhas em série de nossa
sociedade capitalista?
E será que você consegue manter a autoestima
"comprada" no cabeleireiro depois de ser trocada, no dia seguinte, na cara dura?
A verdade é uma só: homem algum vai respeitá-la
ou admirá-la mais só porque seus cabelos estão bem tratados, sua pele está mais
esticada, seu bumbum mais arrebitado, seus peitos mais siliconados, suas
sobrancelhas mais desenhadas...
Ah! Você não se encaixa no exemplo? Já está
casada e precisa apenas manter seu relacionamento? Pois saiba que a fatura do
cartão de crédito certamente não será um atrativo para o seu marido.
Principalmente quando ele sequer nota o resultado, pois, assim como você, todas
as demais mulheres também passaram pelo mesmo processo de recauchutagem, com uma
pequena diferença: elas não gastaram o dinheiro dele.
Não sei se já percebeu, mas, mesmo parecendo
uma diva do cinema, muitas vezes, o seu marido prefere ficar ao lado dos amigos
dele a estar com você... O que talvez indique que, embora os homens afirmem que
"beleza é fundamental", em um relacionamento, isso não é decisivo.
Queria, ainda, que refletissem: será que esse
nosso "invólucro" dura para sempre? Será que conseguiremos mesmo driblar a lei
da gravidade, brecar a passagem do tempo? Será que faz sentido virarmos todas
"vovós biônicas", "oitentonas saradas"? Não haveria nisso tudo um exagero, uma
loucura, uma inversão de valores?
O fato é que os espelhos não mentem: a beleza é
mesmo efêmera, passageira... Por isso, eu nos pergunto: "O que faremos quando o
único "bem" que cultivamos se esvair? Quando a beleza física não passar de mais
um retrato na penteadeira? Terá valido à pena tanto dispêndio de tempo e
dinheiro apenas para alimentar nossa vaidade? Mesmo sabendo que tudo o que é
matéria, uma hora ou outra, se desfaz?
Assim, meu convite é para que parem de gastar e
passem a investir... E investir significa aplicar seus rendimentos em algo que
carregarão dentro de vocês para sempre e as tornarão muito mais atraentes:
emoções, memórias, sensações, pensamentos, conhecimentos, lembranças,
habilidades, charme, simpatia.
Que tal investir em um curso, em uma viagem, em
um bom livro, em um bom filme, em uma noite com os amigos? Que tal se emocionar
ao conhecer novas paisagens, sentir outros aromas, ouvir (falar) outras línguas,
provar novos sabores, investir em pessoas (caridade)? Não será uma forma mais
segura de se tornar uma pessoa mais sábia, culta, interessante, satisfeita e
feliz? De ter assunto para conversar, de ter o que trocar?
Afinal, o que levamos da vida senão tudo aquilo
que vivemos, que aprendemos, que experimentamos? Se somente nossas aquisições
imaterias é que realmente fazem parte da nossa bagagem e serão ferramentas em
nossa trajetória espiritual...
Por tudo isso, é chegada a hora das mulheres
acordarem... Chic não é gastar uma fortuna em salão de beleza toda semana, se
repuxar, se alisar, se esculpir... Chic é investir naquilo que realmente
interessa... Chic é um estado d'alma... Chic é viver e ser feliz!!!
Mto verdadeiro ! Espero te ler mais vezes por aqui! bjus
ResponderExcluirLuíza, tenho uma história escrita há algum tempo... Vou publicar um capítulo por semana por aqui...
ResponderExcluirBeijinhos e saudades...
Fê