"Palestra de Ronaldo Fraga", por Fernanda Cury
A palestra de Ronaldo Fraga, que aconteceu na última quarta-feira, dia 17 de setembro de 2008, na Universidade Anhembi Morumbi, veio a confirmar o que eu sempre afirmei em relação à Moda: ela é uma forma de expressão e, como tal, não deve apenas fazer apenas releituras, mas também reescritas.
De fato, está mais do que na hora de as pessoas perceberem que não há mais sentido em reproduzirem uma moda-fútil, uma moda-vazio, uma moda-tendência, uma moda-cópia, uma moda-burra. Afinal, há muito a se dizer, a se pensar, a se discutir...
O Brasil é um país que tem uma cultura (ou melhor, culturas no plural) riquíssima, e tão pouco estudada, pesquisada, refletida, mostrada. Temos a chance de mergulhar em nossa história, em nossa literatura, na nossa arte, nas nossas crenças, nas características herdadas de uma globalização antecipada, que foi a miscigenação, mas muitos designers se voltam para o exterior, valorizando e, pior, imitando o que vem de fora, sem nenhuma questionação.
Fico feliz ao perceber que já existem na Moda pessoas como Ronaldo Fraga, que "pensam" a Moda e a utilizam como forma de se posicionar no mundo, como forma de criticar, de cutucar, de provocar o pensamento, os sentimentos e as sensações.
De fato, a Moda pode ser o veículo de discussão de qualquer questão apresentada. Pode falar de amor, de ódio, de alegria, de tristeza, de prazer, de dor, de ilusões, de desilusões, de crenças, de descrenças. Pode falar de política, economia, sociedade. Pode falar de poesia, de música, de exploração, de guerra e até mesmo do "nada".
Trata-se de um instrumento poderoso. Tão poderoso quanto as palavras, em um mundo onde, contemporaneamente, imperam as imagens. Por isso, deve ser usado de forma ética, consciente, inteligente e responsável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário